Acupuntura – Fobias e Mitos

Tem fobia das agulhas?

A introdução de um corpo estranho no nosso corpo, neste caso uma agulha metálica, é sempre motivo de stress, o qual poderá ser maior ou menor consoante os pacientes. Deste modo, alguma ansiedade no primeiro tratamento é perfeitamente normal, a qual vai sendo minimizada com uma explicação de todo o procedimento e das sensações que poderão ocorrer durante a punctura dos pontos: na maioria dos pontos não irá sentir nada; noutros, poderá sentir um ligeiro calor ou um ligeiro formigueiro local, correspondente ao De Qi. Nas sessões seguintes, essa ansiedade deixa de estar presente pois o paciente já sabe o tipo de sensações que irá sentir durante o tratamento.

A introdução da agulha no corpo do paciente é efectuada com recurso a técnicas especiais que minimizam a sensação de punctura. Tal é possível devido à rapidez com que a agulha é introduzida, ao diâmetro da agulha (entre 0,15 e 0,30mm, semelhante ao de um cabelo) e ao facto de não injectarmos nenhum produto no corpo do paciente. A estimulação é mecânica, não envolvendo a injecção de qualquer produto químico ou natural.

Presentemente, os pacientes com fobia às agulhas também podem efectuar tratamentos de Acupuntura pois as agulhas tradicionais (metálicas) são substituídas pela estimulação laser dos pontos (Laserneedle). Nestes casos, o laser é fixo à superfície da pele com um adesivo, sendo depois o laser que penetra no corpo para estimular o ponto. Este é um método utilizado há muito tempo nas crianças, pois estas são menos tolerantes à visão das agulhas, podendo também ser utilizado nos adultos com fobia às agulhas.

Os mitos da acupuntura?

Uma dúvida frequente é a de que a Acupuntura trata todas as doenças. A Acupuntura não é uma panaceia para todo o tipo de disfunções, tendo, como qualquer terapêutica, os seus limites de actuação, os quais são conhecidos e dados a conhecer ao paciente no momento da consulta. No entanto as indicações da Acupuntura ultrapassam largamente o alívio da dor ou o controlo do estado emocional, podendo ser aplicada num espectro alargado de situações clínicas, as quais foram listadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). As principais contra-indicações do tratamento de Acupuntura são as associadas à utilização dos aparelhos (tanto eléctricos como laser), as quais estão bem definidas e o despiste é efectuado logo no momento da consulta. Exemplo: paciente com pacemaker pode efectuar um tratamento de acupuntura tradicional mas não poderá efectuar um tratamento de electro-acupuntura.

Uma outra dúvida recorrente em relação à Acupuntura, incide sobre se esta substitui a Medicina Alopática. Relativamente a esta matéria não aconselhamos em momento algum, que um paciente abandone os tratamentos prescritos pelo médico assistente, mas sim enquadrar esses elementos durante a realização do diagnóstico à luz da Medicina Chinesa, de forma a que a Acupuntura possa complementar e potenciar a melhoria do paciente. A Acupuntura, pelo seu mecanismo de acção, é perfeitamente complementar com a Medicina Alopática. A título de exemplo: no acompanhamento do paciente oncológico, a Acupuntura não substituiu a quimioterapia mas reduz os seus efeitos adversos, nomeadamente as náuseas e vómitos pós-quimioterapia, melhorando a qualidade de vida do paciente.

Outro mito recorrente relaciona-se com a dor na aplicação das agulhas. Tal não acontece pois as características da agulha utilizada, bem como a técnica de inserção, reduzem ao mínimo a sensação de punctura, ao ponto de, na maioria dos pontos, essa punctura ser praticamente imperceptível.

As evidências / Quais os benefícios da acupuntura?

Acupuntura é recomendada pela Organização Mundial de Saúde no tratamento de patologias de vários sistemas orgânicos: respiratório, digestivo, genito-urinário, musculo-esquelético, dermatológico, endócrino, nervoso, tratando-se de uma técnica de elevada eficácia terapêutica e sem toxicidade para o organismo. Os seus resultados clínicos têm sido confirmados por estudos clínicos independentes, confirmando o que a população portuguesa já sabe empiricamente desde os anos 70: o reequilíbrio Yin/Yang que caracteriza o conceito holístico da Medicina Chinesa tem repercussão na regularização do conjunto do funcionamento do corpo do paciente, com clara melhoria da sua qualidade de Vida.